O criador da escultura inspirada na personagem Baleia, da obra Vidas Secas.
Especialista em esculturas esguias em madeira, Marcos Paulo Lau da Costa, de Sertânia, no sertão de Pernambuco, se inspira no sofrimento do povo do Sertão para criar suas peças.
Iniciou no artesanato desde muito cedo. Com apenas 12 anos observava o avô e os tios que trabalhavam com a arte e deu o primeiro passo na criação das peças em madeira.
Após concluir o segundo grau, Marcos passou a se dedicar ainda mais na produção de suas peças. “Minha inspiração sempre veio do povo sertanejo, de como eu vivo aqui, de onde eu morei. Eu vejo o sofrimento do povo de perto”.
E com os personagens do sertão nasceu seu acervo: a família de retirantes nordestinos, um pai que olha para o céu à procura de chuva, uma mãe que amamenta um bebê enquanto carrega um balde d’água na cabeça, uma criança ressequida e… um cão. “As famílias de retirantes sempre se completam com um cachorro ao lado”.
Entre as figuras alongadas de sua obra, ganhou fama o cachorro belo e magrelo, esguio e com as costelas à mostra e patas finíssimas. O cão de madeira foi popularizado como uma representação da cachorra Baleia, do livro “Vidas Secas”. A morte trágica do animal em meio ao flagelo na vida no sertão é um dos ápices da obra de Graciliano Ramos.
Atualmente, o mestre repassa para jovens da região onde mora o trabalho que aprendeu com seus familiares. “Já tem umas seis famílias por aqui que sobrevive através do que eu ensinei, e ainda tenho alunos que permanecem comigo. Meu ateliê está sempre aberto para novos artistas”.
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