José Francisco Borges, filho de agricultores, frequentou a escola aos 12 anos, por apenas 10 meses. Realizou diversas atividades. Foi marceneiro, mascate, pintor de parede, oleiro etc. Em 1956, comprou um lote de folhetos de cordel e começou a vendê-los em feiras populares. Em 1964, escreveu seu primeiro folheto, O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, ilustrado pelo artista Dila, de Caruaru. O folheto fez sucesso e vendeu 5.000 exemplares em apenas dois meses. Na segunda publicação, O Verdadeiro Aviso de Frei Damião sobre os Castigos que Vêm, J. Borges não encontrou um ilustrador e, por economia, produziu sua primeira xilogravura, inspirada na fachada da igreja de Bezerros. Com esse trabalho, tem início sua carreira como xilogravador. Em pouco tempo, ele adquiriu máquinas tipográficas e passou a editar folhetos. A partir de 1970, começou a receber diversas encomendas de gravuras. Em relação ao cordel. J. Borges continuou produzindo por vinte anos e criou a gráfica Casa de Cultura Serra Negra, em Bezerros, na qual ensina o ofício a seus filhos. A xilogravura lhe deu projeção nacional e internacional. Ilustrou livros, como o Palavras Andantes, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, lançado em 1993. Participou de diversas exposições e ministrou oficinas e workshops sobre cordel e xilogravura. A partir da década de 1980, seu trabalho recebeu prêmios que atestam a importância de sua contribuição como artista popular. Entre eles, o prêmio de gravura Manoel Mendive, na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, Venezuela, em 1995; medalha de honra ao mérito da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, em 1990; medalha de honra ao mérito cultural, do Palácio do Planalto, Brasília, em 1999 e o Prêmio Unesco, em 2000. Em 2006, J. Borges passou a receber bolsa vitalícia concedida com a Lei do Registro do Patrimônio Vivo e foi criado o Memorial J. Borges, em Bezerros, que assume as funções de ateliê, oficina e galeria. É com imenso e orgulho de alegria que o Portal da Arte contém em seu acervo algumas das suas xilogravuras já consagradas como o que há de melhor na arte popular brasileira. Para acessá-las, CLIQUE AQUI.